16 setembro 2006

Miguel Rocha

Em 2004, quando visitei o 15º Festival de Bd da Amadora, acabei encontrando um conhecido de Coimbra que me alertou que, no fim da tarde, haveria uma sessão de autógrafos com Miguel Rocha de quem eu já era grande fã.
Como não daria tempo de voltar a Lisboa para pegar algum livro do artista, decidi ver outra exposição em um edifício próximo e voltar no horário dos autógrafos para comprar algum livro na exposição mesmo. Corri até o CNBDI pra ver a exposição de Neil Gaiman, mas acabei me perdendo pelo caminho e voltei o mais rápido que pude com medo de já ter perdido a hora. Chegando lá, percebi que já estavam quase acabando, a fila para autógrafos já ia minguando e eu torcia para que o artista não fosse embora antes que eu conseguisse algum livro seu para autografar.
No estande da Witloof, onde estava o conhecido que me avisara do evento, comprei um exemplar de “As pombinhas do Sr. Leitão” e entrei no fim da fila.
Cheguei ao Miguel quase pedindo desculpas por ser o último, mas sua simpatia e sua disponibilidade me fizeram relaxar e começar a fazer as típicas perguntas de fã. Como não havia mais ninguém depois de mim, ele fez um autógrafo desenhado e ficou mais de meia hora respondendo pacientemente todas as perguntas que eu fazia. A conversa foi ótima para me esclarecer um pouco da sua técnica de pintura que é feita basicamente com tinta acrílica quase pura e pincéis duros sobre papel espesso.
Miguel demonstrou ser não apenas um artista talentosíssimo com uma linha de pesquisa extremamente interessante, mas também um indivíduo modesto e muito acessível.
Conheci sua obra através do número quatro da revista Comix ( Devir) que encontrei na Bienal do Livro de São Paulo em 2004. Quando me mudei para Portugal, procurei tudo o que pude sobre o artista e descobri que ele era muito mais ousado e tinha trabalhos muito mais expressivos do que eu imaginava. Não foi à toa que seu “A vida numa colher” ganhou diversos prêmios e é sem sombra de dúvida uma obra-prima da BD Lusófona.Se você é um dos muitos que não tem acesso às edições portuguesas dos trabalhos de Miguel Rocha, aproveite para acessar aqui um de seus trabalhos on-line para conhecer esse ótimo artista.

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