20 agosto 2006

Sexo, drogas e rock'n'roll

Atenção: Esta postagem contém apologia à cultura.

Hoje em dia, pra qualquer lado que viramos, vemos exemplos de todo tipo de coisa associada, de maneira oportunista, a sexo, drogas e rock com uma única finalidade: vender um produto ou uma idéia.
Sendo assim, qualquer pessoa com um mínimo de senso crítico cria uma certa aversão a produtos culturais que carreguem qualquer uma dessas bandeiras.
Felizmente, de tempos em tempos, surge algum artista mais consciente e original que consegue romper essa barreira de banalidade e tratar temas tão controversos de uma maneira mais crítica e sincera.
Entre os quadrinhos não é diferente e acabaram de chegar às livrarias alguns lançamentos que exigem a atenção do leitor, mas que correm um grande risco de se perder no mar de corpos, baseados e guitarras que não acrescentam nada.

Omaha
Grande representante da vertente sexo. É uma novela que conta as desventuras de uma stripper. O que chama a atenção nessa Hq, publicada há mais de duas décadas nos EUA, é que o sexo é tratado no contexto dos relacionamentos e não em fantasias adolescentes como acontece na maior parte do material erótico que circula por aí.
Grande parte da credibilidade desse material está no fato de que as histórias eram produzidas por um casal que vivia um relacionamento amoroso na vida real. Ela escrevia os roteiros e ele desenhava.

Capitão Presença
Presença é o super herói que aparece pra te salvar naquele momento em que você mais precisa relaxar, mas é impossível conseguir um punhado de erva.
Junto vem todo um time de personagens do universo esfumaçado do Mundo Hemp.
Meu personagem favorito é Kurt Cobaia, o drug-test dummie. Pra alguém que começou de maneira bem descompromissada, Arnaldo Branco soube desenvolver bem a temática, mesmo desenhando depois de fumar.

Juke Box
Como fim da Mosh, muita gente achou que aquele grupo de artistas que surgiu nas páginas da melhor revista independente brasileira ia sumir, mas nem deu tempo de sentir saudade da publicação e já surge outra com uma proposta bem semelhante, mas levemente mais ousada. Que novos Fabios Lyra e Vinicius Mitchell surjam daí.


E já que estamos aqui, por que não falar de violência também?
Em época de eleição é sempre um assunto muito levantado.Então vamos falar de violência real em um mundo de animais antropomorfizados. É aí que surge Blacksad, um detetive durão e solitário iluminado pelas aquarelas belíssimas de Guarnido e pelos roteiros politicamente incorretos de Canales. Seria o Sam Pezzo da nova geração dos quadrinhos?

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