30 março 2006

Rabiscos


Enquanto ele desenhava dois pinguins, eu desenhei ele.

Já este senhor pintava seu pastor alemão.

(Feitos com caneta "brush" em um papel qualquer.)

27 março 2006

Borrões de nanquim

Duas ilustras iniciadas com pincel seco em nanquim e finalizadas no photoshop.

24 março 2006

É TUDO VERDADE 2006




Começa hoje, em São Paulo, este que um dos principais festivais de documentários do mundo.
O destaque desta edição fica para as retrospectivas de Werner Herzog e Jorge Bodanzky e para os novos filmes de diretores em ascensão com Kiko Goifman e Joel Pizzini.
Veja o site do festival.
Veja resenhos e trailers no site da Veja SP.



Outras notícias caçadas pela NET:
-O Pasquim ganha antologia
-CD-tributo a Neil Gaiman
-Obras de Crime Delicado em exposição
-Cinema português contemporâneo em SP
-Peça de teatro baseada em Coraline de Neil Gaiman em SP
-Documentário sobre Lina Bo Bardi na Internet
-Novo site entrevista editor do BD Jornal
-Vertigem faz teatro em pleno Rio Tietê
-Nani Moretti contra Berlusconi e muito mais em Cannes

15 março 2006

London Fog News:
Mais eventos na vida londrinha de Fê Hornnybunny

Quinta passada, um amigo do Colin (irlandês, marido da Fê), lá do norte, veio passar a noite aqui porque no dia seguinte ia embarcar pro México. Falei pra ele que Londres é uma cidade meio maluca, mas que nem sempre é assim. Estávamos a caminho do primeiro bar e um doido na rua dava uns golpes no ar e uns chutes de karate até uma hora que acertou uma menina e o celular dela voou pra cima de mim, fui nocauteada. Todo mundo ficou olhando sem entender nada. Chegando no bar, "Garlic and Shots", fomos pra parte debaixo e entramos nessa sala que é uma espécie de caverna só com iluminação a luz de velas. O Colin uma vez experimentou um drinque desse lugar que chama "blood shot" e é feito de vodka e pimenta, argh! Ele disse que quase não saiu vivo de lá... Depois de uns 10 minutos chega um casal de americanos e começa a quebrar o maior pau... o cara chorando, implorando pra mina perdoa-lo... e nisso a gente tava esperando o Steve, um amigo meu que trampava comigo e com o Colin.. Todo mundo se entreolhou e ai eu falei: "vamos pra outro lugar?" Tipo aquela cena de "Lost in Translation" quando a personagem de Scarlett Johansen encontra o Bill Murray numa balada de strip-tease e fala pra ele: "let's go?" e ele sem hesitar um só minuto levanta e faz sinal com a cabeça de sim.Rumamos pra esse lugar que é um bar de heavy metal... logo chega o Steve reclamando que não queria entrar no bar porque tinha que pagar £3 e que o lugar era um buraco nojento. Foi lá que uma vez eu vi a Kelly Osbourne se pegando com um cara no banheiro. Ok, resolvemos ir pra um bar gay, na esquina... logo na entrada tinha um baita travesti com um mini-vestido de paetês dourado, completamente careca e umas pernonas de jogador de futebol. O amigo do Colin ainda teve o prazer de contemplar o fio dental do travesti a hora que desceu a escada pra ir ao banheiro. O lugar era repleto de homenzarrões sacudidos, todos ultra gays. Depois de 5 minutos no recinto, ouvimos os sinos tocarem, o que significa que o lugar esta pra fechar. Foi a primeira experiência do amigo do Colin em bar gay, com certeza, inesquecível.E lá fomos nós, em busca de algum lugar que pudéssemos sentar pra bater um papo e que não precisasse pagar a bendita da entrada. Duas tentativas fracassadas. Eles dizem que mudaram a lei de fechamento de bares e pubs, que agora eles tem licença pra servirem álcool até tarde, mas de que adianta se ninguém adere a droga de lei? Optamos por ir a esse tradicional bar espanhol que freqüentávamos no passado. Na verdade é um buraco subterrâneo que funciona ilegalmente e fica aberto ate umas 2 da manha. Finalmente, uma mesa pra gente sentar ao som de música espanhola e alguns seres dançando, ou pelos tentando, num metro cúbico minúsculo.No retorno pra casa... o ônibus parou no meio do caminho pros oficias checarem as passagens de todo mundo. Muita gente entra sem pagar e de vez em quase nunca, alguém aparece pra fiscalizar. Pra variar tinha um encrenqueiro bêbado que não queria se retirar e se recusava a pagar. Enquanto isso, a platéia toda assistindo e o ônibus parado, claro. Pessoas emitindo palpites hostis e dispensáveis... só pra causar um clima "mais" agradável.Quase na esquina de casa, quando achávamos que nada mais podia acontecer... um carro vem a milhão, praticamente sobe em cima da calcada pra cima de mim e sai cantando pneu.Ufa... a noite acabou e saímos todos ilesos.
Fê Honnybunny
E eu pensando que ontem tive uma noite péssima porque misturei cerveja com pão de queijo, comida japonesa, hot dogs e Brokeback Mountain! ( Edú)
Aliás, em virtude das últimas postagens, estou pensando seriamente em mudar o nome do blog pra Catarses. ( Edú)
É uma merda depender dos outros.
É como a Tininha diz “seria muito mais fácil se a gente subisse na montanha e simplesmente pudesse viver sozinho.”
Queria ter o poder dos personagens do Herman Hesse: saber meditar, jejuar e esperar...
O fato é que eu já estive na montanha é lá também é uma merda.
Nem o Thoureau agüentou muito tempo no bosque.
Duro mesmo é ter que lamber botas de gente com dinheiro pra ajudar quem não tem nem como se vestir pra pedir alguma coisa.
Duro é bajular políticos e empresários pra financiarem os projetos em que você acredita.
Duro é ser educado com quem é prepotente e ignorante.
Duro é tomar cano dos melhores amigos.
Duro é querer aprovação e amor de quem não liga a mínima pra você.

E o pior de tudo é ter essa música do Damien Rice na minha cabeça o tempo todo.

14 março 2006

RABISCOS












Enquanto ela desenhava um prédio, eu desenhei ela.

11 março 2006

London Fog News:

Relatos de nossa colaboradora Fê Hornnybunny ( minha eterna parceira de Mostra de Cinema e filmes nunca realizados):


"...as fotos foram tiradas na noite de ontem, da janela do meu quarto, quando uma névoa tomou conta do céu.Cara, pela primeira vez nesses anos morando em Londres, eu vi neblina de verdade, mas neblina meeeesmo. A primeira foi com flash e dá uma boa noção do que é uma neblina autêntica... veja como elas são peliculas redondinhas com uma dentro da outra. Super interessante. A segunda já é mais artistica e tem aquele ar de Jack o estripador."

"...acabamos de assistir "Mirror mask" do dave mckean. esse cara manja, que filme primoroso, cheio de camadas... "

"Você viu "9 songs"? Toda vez que o ator entrava na locadora de vídeo, eu tentava pensar em tudo menos na sua perfomance um tanto explícita, mas obviamente era algo de certa forma inevitável. Nunca tive coragem de emitir qualquer comentário que fosse. Ele é um daqueles caras que quando tá um puta inverno sai andando de bike só de bermuda e camiseta, entra na loja e vai direto pro balcao com sua pilha de filmes atrasados e começa a puxar assunto com seu sotoque carregado de Manchester."



Com a Fê e o Sinhue temos agora mais dois novos colaboradores no blog.
Esperam que seus posts sejam frequentes.
À revelia, uma lágrima surgiu no teu olho.
Meus braços sentiram uma atração quase insuportável pelo teu corpo.
Queria te abraçar com força.
Fazer todo aquele choro sair pra te aliviar.
Tua voz embargada me doeu fundo
Tudo que pude fazer foi fingir que não percebi nada daquilo.
E cruzar meus braços com medo que eles agissem por vontade própria.

08 março 2006

A VOLTA DO JAGUAR COR-DE-ROSA
OU
COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCES

Brasília. Ontem, fui num boteco onde havia um Jaguarzinho de papelão indicando o banheiro feminino. Fui investigar e descobri que era um dos botecos do Jaguar em Brasília. Não sei se esse é o boteco em que ele vai quando sai de casa, se esse é o boteco para o qual ele faz publicidade - e, se ele faz publicidade, como será que é? Será que ele recebe dinheiro que depois troca por bebida, ou será que recebe bebida direto? - e então aparece alguma vez por mês, por obrigação contratual, ou ainda se dá pra comprar esses bonequinhos em qualquer loja de festas para criança e o Jaguar não tem nada a ver com isso? Neste último caso, vou comprar um para o meu banheiro. Em todo caso, foi mais um passo em direção a ter o Jaguar como companheiro de boteco em Brasília.

Ontem, na van, me perguntei por que raios eu não estava mais em Paris.
Acontece:

Building Stories de Chris Ware é disponibilizado pelo NY Times.
Art School Confidential ganha site
Palestra, exposição e livro sobre Lina Bo Bardi.
Lançamento de livro sobre a arquitetura de Eduardo de Almeida
Livro reune textos de Sérgio Ferro
Programação musical do Museu da Casa Brasileira
Exposição de Lívio Abramo
Hqs invadem o Sesc Pinheiros
Relembrando a Revista de Arquitetura mais importante de São Paulo.
Veja os Simpsons de carne e osso

06 março 2006

Porra, hoje o dia começou tão mal que já decidi encerrar o expediente logo às 9h00 e tirar mais um dia de folga, então se alguém aí precisar de algo, me procure depois de amanhã.

Adiamento
Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,E assim será possível; mas hoje não... Não, hoje nada; hoje não posso. A persistência confusa da minha subjetividade objetiva, O sono da minha vida real, intercalado, O cansaço antecipado e infinito, Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico... Esta espécie de alma... Só depois de amanhã... Hoje quero preparar-me, Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte... Ele é que é decisivo. Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos... Amanhã é o dia dos planos. Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo; Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã... Tenho vontade de chorar,Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo. Só depois de amanhã... Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana. Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância... Depois de amanhã serei outro, A minha vida triunfar-se-á, Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático Serão convocadas por um edital... Mas por um edital de amanhã... Hoje quero dormir, redigirei amanhã... Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância? Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã, Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo... Antes, não... Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser. Só depois de amanhã... Tenho sono como o frio de um cão vadio. Tenho muito sono. Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã... Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...Sim, o porvir...


Álvaro de Campos

05 março 2006

A propósito do Dia Nacional da Poesia, do post anterior e de outras coisas:

Poemas de Arseni Tarkovski ( pai de Andrei Tarkovski)

Agora o verão se foi
E poderia nunca ter vindo.
No sol está quente.
Mas tem de haver mais.

Tudo aconteceu,
Tudo caiu em minhas mãos
Como uma folha de cinco pontas,
Mas tem de haver mais.

A vida me recolheu
À segurança de suas asas,
Minha sorte nunca falhou,
Mas tem de haver mais.

Nem uma folha queimada,
Nem um graveto partido.
Claro como um vidro é o dia,
Mas tem de haver mais.


Cai a noite sobre as montanhas da Geórgia;
À minha frente ruge o Aragva.
Estou em paz e triste; há um lampejo em meus suspiros,
Meus suspiros são todos teus,
Teus, e de mais ninguém... Minha melancolia
Está insensível a angústias e apreensões,
E meu coração arde e ama mais uma vez,
Pois nada pode fazer além de amar.


Todo instante que passávamos juntos
Era uma celebração, uma Epifania,
No mundo inteiro, nós os dois sozinhos.
Eras mais audaciosa, mais leve que a asa de um pássaro,
Estonteante como uma vertigem, corrias escada abaixo
Dois degrauas por vez, e me conduzias
Por entre lilases úmidos, até teu domínio
No outro lado, para além do espelho.

Enquanto isso o destino seguia nossos passos
Como um louco de navalha na mão.

04 março 2006

TARKOVSKYANDO

Edu, ja que vc e um grande conhecedor de Tarkovsky, vamos conversar sobre O sacrificio. Vi outro dia, quando ainda estava lendo Os intelectuais na Idade Media do Le Goff (aquele autor que vimos para vender no sebinho da Augusta). Estranhamente, uma coisa tem tudo a ver com a outra, porque, no seculo XIII e ainda mais no XIV, ha uma onda de anti-intelectualismo (nao discutirei aqui terminologia; direi que sao intelectuais e pronto). Aos clericos do XII que estudavam e ensinavam, que so juravam pela sciencia, aqueles mesmo da escolastica - dialetica, autoridade dos antigos e razao - se opuseram os do XIII, os das ordens mendicantes, os intelectuais institucionais, conselheiros politicos, a favor de um pensamento mais mistico e poetico. Defendiam a "douta ignorancia", separavam o racional do espiritual. O divino nao podia ser racionalizado.

E essa oposicao que vejo no filme: o admiravel desenho do Leonardo, A adoracao dos magos, que e o exemplo perfeito da racionalidade na utilizacao da perspectiva para organizar o espaco do quadro. Contra a arvore morta que se rega, contra a feiticeira, contra a natureza mesmo (a historia que ele conta do jardim que ele limpa para a mae) que e indomavel pela razao.

E o sacrificio que e a tentativa de reatar com o sentido das coisas, com a natureza, com o espiritual. Esse sacrificio que passa pelo fogo - como em Nostalgia - que purifica, mas que, ao mesmo tempo, esta associado a loucura. Na iconografia medieval (nao sei das outras), o fogo de cabeca para baixo indica a loucura, enquanto o de cabeca para cima pode ser sabedoria, amor e purificacao. De resto, o louco e aquele que ve sentido em tudo, associa todas as coisas, ao contrario de nos, os super racionais, que nao vemos mais sentido em nada.

O que vc acha? Vi sentindo onde nao tem? Estou viajando? Gostei muito em todo caso.

01 março 2006

Fragmentos portugueses
(Histórias que eu escutei em Portugal entre 2004 e 2005)

José Duarte viveu em Moçambique por 20 anos, “cresceu vendendo vinho com água pros blacks” como ele mesmo dizia. Foi o dono do primeiro mercedes de Lourenço Marques.
Fez a vida, fez família e fez riqueza. Em 75, depois da descolonização exemplar, voltava de um casamento com a família quando viu uma coluna de fumaça no horizonte. A cem metros da sua casa um empregado jogou-se à frente do carro e berrou: “ Dr. , não vai lá não que eles tão matando todo mundo.”
José fez meia volta e rumou pro aeroporto, embarcaram pra Portugal com a roupa do corpo (terno e gravata) e um passaporte onde dizia “português de segunda”.
Com milhares de portugueses voltando, não havia lugar e nem emprego, mas José deu sorte, conseguiu trabalho de porteiro em uma escola na periferia de Lisboa. Com ele ficaram os três filhos adultos vivendo em um quarto na oficina da escola.
Trinta anos depois, José está cego, ainda é porteiro da mesma escola. A única notícia que teve de seus 17 imóveis e 5 carros nestes anos todos, é que um amigo viu um oficial da Frelimo dirigindo seu Mercedes pelas ruas da recém-batizada capital Maputo.

Ao lado da escola viviam a cabo-verdiana Maria e seu filho Gogomir. Quando tinha dezessete anos, Gogomir era sempre visto na Cova da Moura com uns tipos bem suspeitos, Aos dezenove, vizinhos acordaram com Maria aos berros chamando o filho que corria pela estrada de terra com o vídeo-cassete debaixo do braço. “Não chateis, pá. Vou levar pra arranjar”. O vídeo nunca mais foi visto, Gogomir ainda apareceu mais umas duas vezes. Depois disso Maria só viu seu filho de novo no Correio da Manhã numa foto onde se lia “ Mortos em tiroteio com a PSP”.

Quando era criança Gogomir sempre ia às festas da escola e ficava olhando um tipo grande, quase dois metros, de alcunha Bifanas. Bifanas passava o tempo todo do lado da porta de braços cruzados. Ficava sempre olhando para Rute, dois anos mais nova que ele. Em sete anos ninguém nunca tirou Rute pra dançar. Um dia, veio um tipo das Beiras e se engraçou com a garota. Bifanas avançou pra cima do sujeito e fez-lhe a folha. Foi última festa em que Bifanas foi visto.

Desde que tomou uma sova em uma festa na linha de Sintra, Nuno nunca mais colocou os pés no Sul. Depois que terminou o Liceu, foi trabalhar com o pai na fábrica de confecções da Covilhã. A industria prosperou e a família enriqueceu. Enquanto todos iam pra Serra da Estrela no inverno, Nuno ia pra Suíça, e foi lá que ele tomou o primeiro pico de heroína. Gostou, criou o hábito de ficar pedrado de vez em quando. Quando o pai morreu, assumiu os negócios e durante alguns anos tudo correu bem. Até que os chineses chegaram com seus tecidos a preços impossíveis. As coisas começaram a ir mal, e Nuno foi perdendo o controle. Só se sentia bem com a heroína. Em dois anos, perdeu tudo e foi viver com a mãe em um prédio nos arredores do Porto. Sofreu muito, mas graças à metadona e aos remédios psiquiátricos que rouba da mãe, conseguiu largar a droga.

Wong chegou em Portugal em 2003 fugindo de uma ameaça da tríade chinesa. Primeiro, trabalhou em um restaurante chinês na Praça Duque de Saldanha em Lisboa, mas não tinha aptidão pra isso, sempre se irritava com os clientes. Alguns meses depois, abriu uma Loja de Produtos a 1 Euro com dinheiro emprestado e começou a prosperar. Cheio de orgulho e dinheiro, passou a freqüentar a noite lisboeta. No Bairro Alto conheceu Rita e se apaixonou, Cortejou-a por um ano inteiro e quase se matou quando soube que ela era noiva de um contabilista de Tondela. Hoje, Wong pensa em voltar pra China, Talvez seus inimigos já tenham se esquecido dele.

Marco era contabilista em Tondela. Em um fim-de-semana em Lisboa conheceu Rita, corresponderam-se por seis meses, noivaram e casaram. Rita mudou-se pra Tondela e arranjou emprego em uma fábrica de confecções. Ela se sentia feliz, mas queria mesmo era trabalhar com crianças na escola da cidade. Um dia, quando o Marco foi a Lisboa resolver assuntos de um cliente foi assaltado e morreu em decorrência de um tiro. Em 2004, Rita largou a fábrica e prestou concurso para Polícia de Segurança Pública de Coimbra.