26 agosto 2006

Xilo

Apesar de ter passado quase um ano inteiro produzindo e estudando gravuras, tenho pouquíssimos trabalhos de que eu realmente gosto. Esta xilo eu fiz em 2000 e pertence ao conjunto das minhas favoritas.

















Segundo o Freud, sonhos de vôo são sonhos de expressão sexual.

20 agosto 2006

Sexo, drogas e rock'n'roll

Atenção: Esta postagem contém apologia à cultura.

Hoje em dia, pra qualquer lado que viramos, vemos exemplos de todo tipo de coisa associada, de maneira oportunista, a sexo, drogas e rock com uma única finalidade: vender um produto ou uma idéia.
Sendo assim, qualquer pessoa com um mínimo de senso crítico cria uma certa aversão a produtos culturais que carreguem qualquer uma dessas bandeiras.
Felizmente, de tempos em tempos, surge algum artista mais consciente e original que consegue romper essa barreira de banalidade e tratar temas tão controversos de uma maneira mais crítica e sincera.
Entre os quadrinhos não é diferente e acabaram de chegar às livrarias alguns lançamentos que exigem a atenção do leitor, mas que correm um grande risco de se perder no mar de corpos, baseados e guitarras que não acrescentam nada.

Omaha
Grande representante da vertente sexo. É uma novela que conta as desventuras de uma stripper. O que chama a atenção nessa Hq, publicada há mais de duas décadas nos EUA, é que o sexo é tratado no contexto dos relacionamentos e não em fantasias adolescentes como acontece na maior parte do material erótico que circula por aí.
Grande parte da credibilidade desse material está no fato de que as histórias eram produzidas por um casal que vivia um relacionamento amoroso na vida real. Ela escrevia os roteiros e ele desenhava.

Capitão Presença
Presença é o super herói que aparece pra te salvar naquele momento em que você mais precisa relaxar, mas é impossível conseguir um punhado de erva.
Junto vem todo um time de personagens do universo esfumaçado do Mundo Hemp.
Meu personagem favorito é Kurt Cobaia, o drug-test dummie. Pra alguém que começou de maneira bem descompromissada, Arnaldo Branco soube desenvolver bem a temática, mesmo desenhando depois de fumar.

Juke Box
Como fim da Mosh, muita gente achou que aquele grupo de artistas que surgiu nas páginas da melhor revista independente brasileira ia sumir, mas nem deu tempo de sentir saudade da publicação e já surge outra com uma proposta bem semelhante, mas levemente mais ousada. Que novos Fabios Lyra e Vinicius Mitchell surjam daí.


E já que estamos aqui, por que não falar de violência também?
Em época de eleição é sempre um assunto muito levantado.Então vamos falar de violência real em um mundo de animais antropomorfizados. É aí que surge Blacksad, um detetive durão e solitário iluminado pelas aquarelas belíssimas de Guarnido e pelos roteiros politicamente incorretos de Canales. Seria o Sam Pezzo da nova geração dos quadrinhos?

19 agosto 2006

Um Cão Andaluz (1928)

Uma das poucas aulas de História da Arte que eu lembro da faculdade foi aquela sobre Surrealismo em que o professor exibiu "Um cão andaluz". Oito anos depois, em um bar, perguntaram-me qual meu filme preferido? Eu, completamente bêbado, respondi sem hesitar: "Um cão andaluz". Não sei por que respondi aquilo, pois nunca mais havia visto o filme. Tudo o que sei é que minha vida nunca mais foi a mesma.


A seqüência em que a navalha corta o olho sintetiza tudo o que eu penso sobre arte.

18 agosto 2006

Aldebaran de LEO

O título desta postagem poderia ser “A volta do filho pródigo”, mas isto não seria exatamente verdade. Seria melhor dizer algo como “ os pais finalmente reconhecem o talento do filho”.
Mesmo já tendo publicado no Brasil na antológica revista Bicho, LEO, ou Luiz Eduardo Oliveira, só encontrou o ambiente adequado para desenvolver suas produções quadrinhísticas na Europa, mais precisamente entre as editoras que publicam no mercado franco-belga de “bandas desenhadas”.
Depois de mais de dez anos publicando suas bem-sucedidas sagas de ficção científica, só agora uma editora (de um grupo italiano) se interessou em publicar no Brasil as obras desse carioca radicado na França.
Na vida de Leo nem tudo são flores, além de ter sido perseguido pelo regime militar brasileiro, o artista auto-exilado na França encontrou diversas dificuldades para ser aceito pelos editores europeus. Começou trabalhando com publicidade e ia publicando HQs periodicamente em revistas como Pilote e L'Écho des Savanes até que acabou por ser convidado por Jean-Claude Forest para ser desenhista de algumas histórias. Em 1988, quase uma década após chegar à França passou a desenhar a série Trent ( 8 volumes), roteirizada por Rodolphe.
Com o sucesso de Trent, Leo encontrou espaço na mesma editora para um projeto pessoal de grande envergadura, uma ficção-científica fantástica que se passaria em um planeta colonizado pela Terra em um futuro próximo. Publicada a partir de 1993, a série Aldebaran, mistura de maneira equilibrada diversos elementos como romance, fantasia, mistério e aventura, formando um produto que bateu recordes de venda em todo o mercado franco-belga. O sucesso da série foi tal que o primeiro ciclo de cinco álbuns ( Aldebaran) foi seguido por um segundo ciclo de mais cinco ( Bételgeuse) e já se planeja uma terceira seqüência de mais cinco (Antares).
A último álbum lançado teve direito a comercial de TV e teve uma tiragem de 125.000 exemplares.
Se você gosta de ficção científica, fantasia, suspense, romance ou aventura não deixe de conhecer esta série, mesmo que com mais de dez anos de atraso. Antes tarde do que nunca.

17 agosto 2006

2º Enquadrando

Neste sábado, acontece a segunda edição do Enquadrando, organizado pelo Marko Adjaric.
Quem puder, dê uma passada pela Gibiteca Henfil e confira o evento que toma toda a tarde e oferece de palestras a exibição de vídeos raros.
Programação completa aqui.

14 agosto 2006

Algumas Aquarelas


HQ no Destak

O jornal gratuito Destak (distribuído de segunda a sexta) estreou em fins de julho uma coluna de quadrinhos muito interessante e coerente com a proposta do diário de trazer uma abordagem jornalística dinâmica e crítica.
Como toda segunda, a coluna de hoje falou um pouco de veteranos e destacou uma publicação nova, mas desta vez o foco ficou na HQ brasileira.