A cor do som
Quando eu era moleque, minha família gastava o tempo livre da mesma forma que 90% das outras famílias paulistanas: nas férias, praia; nos fins de semana, shopping.
Quase todo domingo era passado em Shoppings como Morumbi, Ibirapuera ou Iguatemi; circulando entre os cinemas, o Mc Donalds, a loja de brinquedos Miniatura e a loja de discos Hi-Fi. Quem é que não lembra da Hi-Fi? Eles tinham a embalagem mais bonita pra LPs que eu já vi, e lembro claramente do dia em que eu, um garoto de oito anos, encontrou um disco do Kiss no meio da loja. Fiquei hipnotizado e me recusei a sair da loja até meus pais comprarem o maldito disco.
Alguns anos mais tarde, comecei a notar que esse fenômeno se repetiu algumas vezes e que eu, muitas vezes, comprava de impulso um LP ou CD, sem nem conhecer a banda. O que é que me atrai a tal ponto nesses discos? Só muito mais velho percebi que rolava um lance com a capa do disco, era isso que mexia comigo e me fazia querer descobrir como era o som de uma banda que tinha um disco com uma capa tão legal.
Grande parte da minha formação musical se deu em função da arte das capas. Iron Maiden, Dream Theater, Rush, Yes são alguns grupos que eu provavelmente nunca teria conhecido se seus discos não tivessem as capas que tinham.
Com a transição do LP para o Cd, todo o conceito de capa e encarte teve que ser repensado pelos artistas e novas propostas tão boas ou melhoes que as antigas surgiram.
Hoje, me pergunto se eu não gosto de determinadas músicas só porque me lembram de uma capa?
Veja algumas capas que me conquistaram e seus respectivos autores a quem eu devo parte de minhas descobertas musicais:
Hugh Syme
Peter Saville
Larry Freemantle
Roger Dean
Ken Kelly
Dave McKean
Anastasia Vasilakis
Frank Olinsky
Derek Riggs
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