
Mais uma história de temática gay para homófobos. Neste filme, a direção sensível conjuga-se com uma fotografia espetacular e uma trilha do mesmo compositor da trilha de Diários de Motocicleta: Gustavo Santaolalla. Mais uma vez, prega-se a impossibilidade de um relacionamento (dois cowboys gays) que vai contra a moral e os bons costumes. Extremamente poético. Merecia o Oscar no lugar de Crash. A seqüência final, onde um dos personagens encontra sua camisa intocada no armário do amante anos depois é de sensibilizar o mais convicto machão.

Idealizado para representar um dos dez mandamentos da série Decálogo de Kieslowski, o média produzido para a TV virou longa com algumas diferenças consideráveis. Acredito que seja o filme mais importante e obrigatório de toda a lista. Nele, um jovem funcionário dos correios observa, através de uma luneta, a vizinha da frente, apaixona-se por ela e acaba por se aproximar. A mulher experiente e independente trata de mostrar como o amor é físico e fugaz o que faz com que o jovem tome uma atitude desesperada e leve sua amada rever todas as suas convicções. Toda a angustia e pessimismo eslavos estão presentes , desde o cenário até as cores. Se há poesia na dor e no silêncio, então está tudo aqui nas metáforas visuais de Kieslowski.

Alguém poderia estranhar eu ter colocado nesta lista um filme sobre a exploração da África pela indústria farmacêutica, mas na minha modesta opinião isso seria fazer uma leitura muito superficial do filme. Troque-se a indústria farmacêutica pela indústria armamentista ou qualquer outra forma predadora do capitalismo e o filme ainda é o mesmo, mas tire-se a história de amor dos personagens principais e o roteiro desmorona. As seqüências que mostram a intimidade do casal estão entre as mais belas que já vi no cinema. Ainda assim, o filme cai naquele clichê de que só a morte cura a dor da separação.
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