Outro dia, estava pensando quais eram os melhores filmes de amor que eu já tinha visto e fiquei surpreso ao perceber que eram todos relatos de histórias infelizes. Será que toda história de amor está fadada a acabar em choro ou frustração? Talvez não. Acredito que há luz no fim do túnel.
Não é à toa que dizem que o casamento é a vitória da esperança sobre a experiência.
Bom, vamos aos filmes que são bons não por acabarem em lágrimas, mas por outros motivos mais importantes que a felicidade ou infelicidade dos personagens.
Uma Relação Pornográfica - Frédéric Fonteyne
Realizado como se fosse um documentário, este filme reproduz os relatos de dois personagens bem diferentes.Eles se conhecem através de um anúncio, onde se propõem a quebrar tabus em um motel qualquer. Passam a se encontrar semanalmente. Sem nomes, sem detalhes pessoais, sem apego. O tempo passa e um dia algo acontece. Eles já não são os mesmos e já não tem o mesmo desapego de antes. Termina como começou, de maneira banal, como muitas vezes na vida. Um dos filmes mais poéticos e tristes que eu já vi. O espectador fica frustrado ao ver como a vida é banal e como perdemos oportunidades sem nos darmos conta.
Amor à Flor da Pele – Wong Kar-Wai
Wong Kar Wai só sabe filmar histórias de amor, entretanto cada filme seu é diferente do anterior, e Amor à Flor da Pele é sua obra-prima. Se Uma Relação Pornográfica destilava poesia nos silêncios, este filme que se passa em Hong Kong em meados do século passado, é dedicado à poética sensorial. Som e imagem integram-se criando um clima que envolve o espectador e faz com que este sofra com os encontros e desencontros de um casal de vizinhos que descobre por acaso que seus respectivos cônjuges estão mantendo romance.
Um detalhe importante: este filme foi feito de maneira intuitiva pelo diretor, não havia roteiro só seqüências soltas que juntas acabariam por formar a história.
O Mesmo Amor, A Mesma Chuva - Juan Jose Campanella
Campanella é o mestre das histórias de amor que agradam a todos e ficou mundialmente famoso com seu O Filho da Noiva. Este é o único desta série para se ver em família. Na saga de um escritor e jornalista que se apaixona por uma atriz durante o período mais estranho da história argentina, Campanella trabalha com esmero o típico melodrama sem cair no chavão ou sem banalizar. Seu domínio da narrativa é surpreendente e envolve qualquer um. Os diálogos são bem escritos, as cenas bem filmadas e a fotografia é eficiente. Aos poucos você esquece que aquilo é ficção e passa a torcer para que o Ricardo Darin caia na real e volte pra sua alma-gêmea. Esse cara ainda vai levar um Oscar algum dia, escutem o que eu digo.
Um comentário:
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