28 dezembro 2006

Novidades para 2007

Já tenho duas novidades a comunicar logo para o início de 2007.
A primeira é que já vai para a gráfica em janeiro o aguardado segundo número do Garagem Hermética ( com capa da Camila Torrano).
Falaremos mais detalhadamente sobre isso durante a entrega dos prêmios do 23º Troféu Angelo Agostini.
Aliás, pela primeira vez, estou concorrendo a três das sete categorias do prêmio (melhor desenhista, melhor roteirista e melhor lançamento, com o Garagem Hermética).
Quem quiser participar da votação (amigos e familiares servem pra isso) é só copiar a cédula abaixo, preenchê-la e encaminhar para o e-mail angeloagostini@bigorna.net ou imprimi-la, preenchê-la e enviar pelo correio para AQC-ESP/Worney Almeida de Souza - Caixa Postal 675 - São Paulo - SP - CEP 01059-970. O prazo é até 15 de janeiro de 2007. Vote na categoria de Mestres do Quadrinho Nacional em TRÊS nomes e nas outras categorias vote em DOIS nomes, indicando 1° e 2° lugares.
Não é obrigado votar em todas as categorias.
Lembro que o pessoal do Homem-Grilo e do Subterrâneo também estão concorrendo.

Cédula
23º Prêmio Angelo Agostini 2006 AQC-ESP

Melhor Desenhista de 2006 (indique dois desenhistas)
Melhor Roteirista de 2006 (indique dois roteiristas)
Melhor Lançamento de 2006 (indique dois lançamentos)
Melhor Fanzine de 2006 (indique dois fanzines)
Prêmio Jayme Cortez (indique dois nomes)
Melhor Cartunista de 2006 (indique dois nomes)
Mestres do Quadrinho Nacional (indique três nomes)

17 dezembro 2006

Brilhos, transparências e reflexos



Isso está se tornando uma obssessão.

29 novembro 2006

Architectures

Pelo fato da Arquitetura ser um campo de estudo que envolve tantas disciplinas diferentes (engenharia, paisagismo, urbanismo, etc), ela acaba se tornando para muita gente uma área extremamente hermética e de difícil compreensão.
Entre os meios de comunicação, poucos conseguem transmitir com fidelidade os conceitos envolvidos na elaboração de um edifício. Revistas de arquitetura acabam se atendo a uma abordagem fetichista ou decorativa e livros ficam em uma análise distante e teórica demais. Arquitetura é vivência. Só a experiência de estar em um local transmite a compreensão de uma obra, e o mais próximo que podemos nos aproximar disso, através de um recurso documental, é com o cinema.
Entretanto, até hoje poucos realizadores conseguiram encontrar uma abordagem coerente e convincente. Geralmente, o roteiro prende-se demais à figura do arquiteto e se descobre muito mais sobre uma personalidade do que sobre Arquitetura.
Felizmente, de alguns anos pra cá, a produtora Les Films D’Ici vem desenvolvendo para a tv um conjunto de documentários de 25 minutos que analisam exclusivamente um edifício cada. Indo desde sua idealização, passando por sua história e pelos relatos dos envolvidos em seu projeto e construção (entre eles, o arquiteto que aqui está mais para coadjuvante, sendo o edifício o protagonista).
Além de conseguir de fugir do egocentrismo que muitas vezes ronda a figura do arquiteto, o documentário da série consegue ser muito didático, ensinando através de maquetes e esquemas, arquitetura até mesmo a quem nunca leu nada sobre o assunto.
Quatro volumes de DVDs da série já foram lançados no exterior, mas quem tem Eurochannel, pode encontrar alguns episódios na programação do canal, e agora alguns estão sendo disponibilizados no Google Vídeo. Clique no link abaixo para ver o respectivo episódio:

Faculdade de Arquitetura do Porto (Portugal) – Álvaro Siza Vieira



Termas de Pierre (Suíça) – Peter Zumthor



Bauhaus (Alemanha) – Walter Gropius



Guggenheim Bilbao (Espanha) – Frank Gehry



Familistério de Guise (França) – Jean-Batiste-Andre Godin



Auditório de Chicago (EUA) – Louis Sullivan



Mediateca de Sendai (Japão) – Toyo Ito



Casa Prouvé (França) – Jean Prouvé



Casa Mila (Espanha) – Gaudi



Estação de trem Satolas ( França ) – Santiago Calatrava



Escola de Belas Artes (França) – Felix Duban



Caixa de Viena (Áustria) – Otto Wagner



Ópera Garnier (França) – Charles Garnier



Salinas Arc et Senans ( França) – Claude Ledoux



Edifício Johnson (EUA) – Frank Loyd Wright



Museu Judaico (Alemanha) – Daniel Libeskind



Convento de Tourete (França) – Le Corbusier



Centro Pompidou (França) – Piano / Rogers



Casa de Vidro (França) – Pierre Chareau



Galeria Umberto (Itália) – Emanuele Rocco



Abadia de Sainte Foy de Congues (França)

27 novembro 2006

Mário Cesariny (1923 - 2006)

MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS nasceu no dia 9 de Agosto de 1923 em Lisboa. Freqüentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e estudou música com o compositor Fernando Lopes Graça. Considerado o mais importante representante poeta português da escola Surrealista, encontra-se em 1947 com André Breton, fato determinante no desenvolvimento de seu trabalho literário. Ainda nesse ano participa, junto com Alexandre O'neill, Antônio Pedro etc., do Grupo Surrealista de Lisboa. Algum tempo depois, por não concordar com a linha ideológica do grupo, afasta-se de maneira polêmica e funda o "Grupo Surrealista Dissidente". Principal representante do Surrealismo português, Mario Cesariny, no início de sua produção literária, mostra-se influenciado por Cesário Verde e pelo Futurismo de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa. Ao integrar-se ao Grupo Surrealista, muda o seu estilo, trazendo para sua obra o "absurdo", o "insólito" e o "o inverossímil". Além de poeta, romancista, ensaísta e dramaturgo, também dedicou-se a às artes plásticas, sobretudo à pintura.

Rua do Ouro

Ai dele que tanto lutou e afinal
está tão só. Tão sozinho. Chora.
Direcção da Companhia Tantos de Tal.
Cinquenta e três anos. Chove, lá fora.

Chora, porquê? Ora, chora.
Uma crise de nervos, coisa passageira.
É, talvez, pela mulher que o adora?
(A ele ou à carteira?)

Seis horas. Foi-se o pessoal.
O homem que venceu está sozinho.
Mas reage:que diabo. Afinal...
E olha para o cofre cheínho.

Sim estou só ainda bem por que não? ele diz
batendo com os punhos na mesa.
Lutei e venci. Sou feliz
E bate com os punhos na mesa.

Seis e meia. Ó neurastenia
o homem que venceu está de borco
e sente uma grande agonia
que afinal é da carne de porco
que comeu no outro dia.

É da carne de porco ele diz
vendo a chuva que cai num saguão.
É da carne de porco. Sou feliz.
E ampara a cabeça com as mãos.

Durante toda a vida explorou o semelhante.
Por causa dele arruinaram-se uns cem.
Agora, tem medo. E o farsante
diz que é feliz diz que está muito bem.

Sim, reage. Que diabo. Terei medo?
E vê as horas no relógio vizinho.
Mas, ai, não é tarde nem cedo.
Ele, que venceu, está sozinho.

Venceu quem? Venceu o quê? Venceu os outros
Os outros, os que o queriam vencer!
Arruinou-os, matou-os aos poucos.
Então não o queriam lá ver?

Sim, reage: Esta noite a Leonor
amanhã de manhã o Salemos
e depois? Ah o novo motor
veremos veremos veremos

Mas pouco do que diz tem sentido.
Tudo hoje lhe é vago uniforme miudinho.
O homem que venceu está vencido.
O dinheiro tapou-lhe o caminho.

Os filhos? esperam que ele morra.
A mulher? espera que ele morra.
O sócio? Pede a Deus que ele morra!
Só a Anita não quer que ele morra!
Ai, maldita carne, murmura
vendo a água que há no saguão.
Tinha demasiada gordura!
E veste o casaco e o gabão.

Passa os olhos pelo lenço. Acabou-se.
Vai sair. Talvez vá jantar?
É inverno. Lá fora, faz frio.

O homem que venceu matou-se
na margem mais escura do rio
ao volante dum belo Packard

21 novembro 2006

Por que Chris Ware é o maior artista gráfico da atualidade?

Veja os últimos trabalhos de Ware para a Revista New Yorker e entenda o por quê.




19 novembro 2006

Soluções para São Paulo

Muito se fala sobre as dificuldades de se viver em São Paulo, entretanto poucos são os que deixam a cidade em busca de maior qualidade de vida. A razão principal é que em pouquíssimos lugares do mundo se encontra a oferta de serviços, cultura e entretenimento que São Paulo oferece aos seus habitantes.
Como se pode resolver os problemas da metrópole a fim de se usufruir plenamente os pontos positivos que esta tem a oferecer?
Não é preciso ser urbanista ou grande teórico para se enumerar as três questões mais urgentes de se resolver em São Paulo: violência, poluição e trânsito caótico. Duas destas três estão diretamente ligadas a um único elemento: o automóvel.
Qualquer um que já tenha vivido em uma capital européia sabe a loucura que é desenvolver um modelo de cidade amparado no carro como principal meio de locomoção. Em São Paulo isso ocorreu não só por influência do modelo norte-americano, mas também pela força do lobby da industria automobística e por uma sequência de prefeitos que priorizaram em seus governos grandes obras viárias, colocando de lado o mais que necessário investimento em transporte público. Resultado: os ônibus paulistanos são uma vergonha e o metrô, apesar de eficiente, tem uma rede insuficiente para as dimensões e necessidades da capital do estado.
Para se resolver isso, não é preciso nenhum plano mirabolante, basta que se invista em transporte público ( principalmente metrô) e em ciclovias.
Estou falando disso, porque encontrei um vídeo muito simpático e didático que fala do assunto.
Não deixem de ver.


15 novembro 2006

Minhas escolhas na 27ª Bienal de Artes de SP

Armando Andrade Tudela
Nascido em 1975, em Lima
Vive e trabalha em Maastrich, na Holanda
É um multiartista: assina maquetes, esculturas, colagens (em papel e outdoors) e guache sobre papel, com o propósito declarado de subverter as condições em que signos e símbolos se estabelecem como elementos fixos e estáticos.


Cláudia Cristóvão
1973, Luanda (Angola). Vive em Amsterdã (Holanda).
Nos últimos anos, a angolana Cláudia Cristóvão desenvolveu uma seqüência de trabalhos relacionados ao meio cinematográfico. Seus filmes desvelam uma grave tensão entre espaço público e os indivíduos, com narrativas carregadas de emoções e propensas a apagar as fronteiras entre ficção e realidade. Em telas de cristal líquido, as obras estabelecem um diálogo íntimo com o observador. Com Fata Morgana, a artista aborda pela primeira vez sua herança pós-colonial, retratando portugueses nascidos na África que avaliam sua própria identidade.


Susan Turcot
Nasceu no Canadá e hoje vive em Berlim.
Foi convidada da Bienal para ser artista residente no país. Decidiu ir para o Acre, e pesquisou imagens de satélite da região, que serão matéria-prima para desenhos. Além disso, deve organizar oficinas de sons e imagens artísticas.





Kristina Solomoukha
1971, Kiev, Ucrânia
Residente em Paris, França
O trabalho da artista gira em torno da reflexão sobre o espaço urbano, que atua tanto como sujeito de acontecimentos históricos como base para as utopias de seus habitantes. Um destes trabalhos foi produzido no Brasil em 2005, durante sua residência no Edifício Copan, em São Paulo-SP, obra que foi produzida a partir de bases conceituais similares às apresentadas em locais como a Akademie der Künste, em Berlim, Alemanha (2000); Fiacre, Nova York, EUA (2000); Quartier Éphémère, Montreal, Canadá (1999); e Villa Médicis Hors Les Murs, Berlim, Alemanha (1997).


Léon Ferrari
Nasceu em Buenos Aires em 1920. Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina.
Viveu em São Paulo, como exilado político, de 1976 a 1984. Em 1991 voltou a viver em Buenos Aires.
A polêmica sempre rondou seu trabalho, de conteúdo fortemente político. A exposição "León Ferrari 1954-2004", no Centro Cultural de Recoleta, em Buenos Aires, foi fechada por pressão de uma organização católica que a considerou "blasfema". O artista, que sempre viu a imagem católica do inferno como uma justificativa da Igreja para matar e torturar gente desde a época das cruzadas até as ditaduras latino-americanas da década de 1960 e 70, expôs a obra "Cristo crucificado en un avión de combate". Nela, a figura do Cristo está presa a um avião de combate norte-americano.

08 novembro 2006

Algumas experiências com aquarela


Inspiradas pela paisagem do Douro.

21 outubro 2006

Boletim Edudrix

Posso dizer que foi uma edição mediana da Mostra que teve bons filmes, mas nenhuma surpresa ou revelação. Meus diretores preferidos, em sua maioria, não estavam presentes, então eu já não tinha grandes espectativas. "Cheiro do ralo" ganhou o premio do juri, merecidamente. Lembro que raramente um filme nacional ganha esse prêmio. "A Batalha de Paris" foi o mais votado pelo público, mas não consegui pegar nenuma sessão dele. Bom, foi divertido, o que mais eu posso dizer?

Sentado na escada do Cine Bombril, na fila para "O Labirinto do Fauno" cinco minutos antes de acabar a luz. Não me perguntem como foi o filme.


EUA contra John Lennon - David Leaf, John Scheinfeld - Nota 8,0
Como a administração Nixon uniu FBI, CIA e Imigração parar silenciar John Lennon. O tipo de filme que te faz perceber a importância de um cara como John Lenon e do estrago que loucos como o Bush ou o Nixon são capazes de fazer por terem poder demais nas mãos.

Still Life - Jia Zhangke - Nota 8,0
Usando vídeo digital, Jia Zhangke retrata uma sociedade em profundo processo de mudança e a maneira como as relações afetivas se rompem com facilidade pelo meio do caminho. Em resumo, como os chineses estão perdendo todos os seus referenciais do dia para a noite.

Histórias Tenebrosas - Richard Oswald - Nota 9,0
Contos clássicos de supense adaptados por Oswald para um gênero meio "terrir", através de interpretações caricatas dos ótimos atores. Acompanhamento musical muito competente feito a partir das improvisações pianísticas de Paulo Braga. A única história realmente tenebrosa foi a completa ausência de qualquer tipo de iluminação no pianista.
Juventude em Marcha - Pedro Costa - Nota 5,5
Eu sempre aplaudo artistas corajosos que não tem medo de se arriscar em visões particulares do mundo, mas não consegui me envolver pela direção de Pedro Costa ou pela história desses fantasmas vivos que perambulam pelos subúrbios resgatando seus lamentos e lembranças

Paris, te amo- Diversos diretores - Nota 9,0
Apesar da visão dos vinte e um autores oscilar muito, ainda assim o resultado é extremamente positivo. Um capítulo para cada bairro, e Paris é sempre Paris. Destaque para os capítulos dos irmãos Cohen, de Tom Tykwer e de Sylvain Chomet

Um Longo Caminho - Zhang Yimou - Nota 8,5
Esse é o tipo de filme cujo plot não convence ninguém a comprar o ingresso, mas a maestria de Zhang Yimou ( o mesmo de "Lanternas Vermelhas", "Caminho para Casa", "Nenhum a Menos" e "Herói") faz com que até os corações de pedra se emocionem nos trechos principais do filme. É dificil ser sensível sem ser peigas, mas Yimou sempre consegue.

Sempre Bela - Manoel de Oliveira - Nota 8,0
Os dois personagens principais de A Bela da Tarde se reencontram muitos anos depois. Não ficou muito claro pra mim se Manoel de Oliveira quis fazer uma homenagem ou uma paródia. Bom, os filmes de Oliveira são sempre meio enigmáticos. Ainda assim, imperdível.

O Cheiro do Ralo - Heitor Dhalia - Nota 8,5
Lourenço Mutarelli foi o escritor que se predispôs a mapear o inferno. Pois bem, este filme tem um relato de parte desta pesquisa pelos fetiches, inseguranças e excentricidades do ser humano. Mórbido, escatológico e engraçado ao mesmo tempo. Atores de calibre ( incluindo o debut do próprio Mutarelli) e ritmo acertado. Só não ficou bem a trilha sonora.

O Grito das Formigas - Mohsen Makhmalbaf - Nota 6,0
O que eu mais gostava dos filmes iranianos é que eles eram cheios de poesia, diziam muito através das imagens e isso bastava. Agora, eles são cheios de discursos e verdades inquestionáveis e isso os torna muito chatos e redundantes.

Oscar Niemeyer, A Vida é um Sopro - Fabiano Maciel - Nota 7,5
Um sopro bem longo se formos considerar que este filme vai comemorar o centenário do arquiteto brasileiro mais ilustre. É um documentário muuuito melhor que o outro sobre o Frank Gehry, não segue o caminho da bajulação, compila as frases mais importantes de Niemeyer, acompanha sua carreira de forma coerente e deixa o Niemeyer falar de si mesmo muito mais do os outros falerem dele, ainda assim falta arquitetura, pois como seria natural a qualquer arquiteto de quase 80 anos de carreira, Niemeyer está consado de falar de arquitetura...prefere as mulheres ( quem é que discorda?).

A Última Noite - Robert Altman - Nota 7,5
O interessante dos filmes do Robert Altman é que eles são tão coerentes com um Festival de Cinema como com a Sessão da Tarde na TV. Histórias de pessoas completamente normais na gravação do último show de um programa de rádio. uM bom Altman.

Fonte da Vida - Daren Aronofsky - Nota 10
Uma grande obra de arte é aquela que causa uma mudança no espectador. A Fonte da Vida não é o tipo de filme do qual se gosta ou não, ele está além da questão de gosto. Aronofsky integra filosofia, narrativa não-linear e leitura aberta em uma obra que te faz refletir sobre muitas coisas, não oferece conclusões, mas usa a poesia para sugerir questões.

O Grande Truque - Christopher Nolan - Nota 9,5
Nolan ilude e brinca como o espectador, é regente de um concerto onde tudo é ilusão (ou não?). Ótimos atores, roteiro impecável, direção segura. Uma obra de arte construída em camadas.

Esboços para Frank Gehry - Sydney Pollack - Nota 6,0
Por que é que 90% dos documentários sobre artistas famosos seguem sempre o caminho da adulação?
É muito interessante ver o processo de trabalho de Gehry e saber a história de sua vida, mas cansa ficar vendo todos "puxando seu saco". Enfim, daria pra resumir o filme nos depoimentos do genial Julian Schnabel, de robe e óculos escuros, tomando vinho e falando sobre arte.

Fora de Jogo - Jafar Panahi - Nota 7,0
Se você for mulher e viver no Irã, ir a um jogo de futebol pode ser uma grande aventura. Recomendável só para os fãs do cinema iraniano.
Ps: O interessante desses filmes orientais é o papel que eles tem de serem janelas para realidades que a gente nem imagina que existam.

Sonhos com Shangai - Wang Xiaoshuai - Nota 7,5
Em uma pequena cidade industrial do interior da China, duas gerações lidam com as decisões de suas juventudes. Às vezes, o preço a pagar é alto demais.


O Crocodilo - Nanni Moretti - Nota 9,0
Só um dos maiores cineastas italianos pra fundir de maneira coerente duas narrativas completamente diferentes. Na mesma época em que um produtor de cinema passa pela pior crise de sua vida, cai em sua mão um roteiro para um filme inspirado na vida do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
Nanni Moretti vive me surpreendendo.

Caminho para Guantánamo-Michael Winterbottom-Nota 8,0
"O mundo não é um lugar agradável". É o tipo de lugar em que uma guerra começa durante sua viagem de férias e você é preso confundido como soldado inimigo. Seu destino: Guantánamo, mais conhecido como inferno. História real de um grupo de amigos filmada pelo mesmo diretor de "Bem-vindo a Sarajevo".
Leonard Cohen - I'm Your man - Lian Lunson - Nota 6,5
Pode ser uma experiência muito frustrante ir ver um filme sobre o cantor e compositor Leonard Cohen e passar 90% do tempo vendo cantores obscuros interpretando suas canções, e aí, quando chega o finalzinho e o "ladies man" sobe no palco, você é obrigado a aguentar o Bono Vox dividindo as letras com ele.
É um documentário que vale por ser sobre quem é, pois fora isso não conta quase nada da vida do homem da "golden voice" e ele só aparece cantando em meia música.

Scanner Darkly - Richard Linklater - Nota 7,5
Linklater continou experimentando a técnica de animação que desenvolveu para 'Waking Life" e é bem interessante ver como ela evoluiu para essa adaptação de um texto de Philip K. Dick, mas a narrativa tem um ritmo meio estranho, bem cansativo. Não sei se isso se deve ao Dick ou ao Linklater.
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Pois é, meus caros. Cá estamos mais uma vez acompanhando um dos momentos mais especiais do ano em São Paulo. Aguardem atualizações quase diárias desta postagem a respeito dos filmes da Mostra.
Se você se vê em uma sala de exibição escura e pensa " que filme eu vim ver mesmo?", você provavelmente está na Mostra de Cinema de São Paulo.
Lá vamos nós para o nono ano de Mostra.
Ps: Cliquem nos títulos dos filmes para verem os trailers (quando houver algum).