30 abril 2006

Concurso de Ilustração da Folha

O jornal Folha de São Paulo divulgou hoje os resultados de seu 3º Concurso de Ilustração e Humor.
Apesar do regulamento ser extremamente superficial e de não terem sido divulgados os critérios de seleção que o juri utilizaria, ainda assim o concurso serve de panorama sobre o que se está produzindo em termos desenho atualmente.

Grande Prêmio e Prêmio de Ilustração Infantil:
Eloar Guazzelli (Brasil)


















Prêmio de Ilustração Livre
Pablo Eglizábal Amador
(Espanha)


















Prêmio de Ilustração Científica:
Sandro Castelli (Brasil)


















Prêmio de Retrato:
Adams Teixeira de Carvalho (Brasil)


















Prêmio de História em Quadrinhos :
Jan Limpens (Áustria)









Folha premia ilustradores em 5 categorias
da Folha de S. Paulo
Um gaúcho de Vacaria, fortemente inspirado pelas escolas platinas de ilustração (principalmente a Argentina), foi escolhido entre 1.510 inscritos como o vencedor do 3º Concurso Folha de Ilustração e Humor. Eloar Guazzelli Filho, 43, radicado em São Paulo há seis anos, se inscreveu na categoria ilustração infantil e foi escolhido pela comissão julgadora como o grande vencedor do concurso. Como prêmio, ele será convidado a colaborar com a Folha por um período de experiência de até três meses."Guazzelli tem um trabalho tão diferenciado, tão vivo, que foi praticamente um consenso", explica o ilustrador Orlando Pedroso, colaborador da Folha e membro da comissão julgadora --que tinha também o cartunista Laerte (também colaborador do jornal) e os jornalistas Marcos Augusto Gonçalves (editor da Ilustrada), Massimo Gentile (editor de Arte), Fábio Marra (editor-adjunto de Arte) e Luciana Sugino (editora de Arte da Revista da Folha).Com o objetivo de revelar talentos do desenho e selecionar colaboradores para o jornal, o concurso teve seis categorias: ilustração livre, ilustração científica, ilustração infantil, charge/cartum, quadrinhos e retratos."A Folha, que já conta com profissionais muito talentosos na área das artes gráficas, tem a tradição de realizar concursos assim. Com isso, o jornal busca descobrir novos valores, oxigenar suas páginas, levando ao leitor um produto mais vivo e preocupado em captar novos veios de técnica e criatividade", afirma a editora-executiva da Folha, Eleonora de Lucena.VencedoresForam apontados um vencedor e até mais dois destaques por categoria, com exceção da de charge/cartum, que não teve nenhum finalista indicado pela comissão."Não encontramos material que fosse premiável. Foram muitos trabalhos, mas não teve nenhum desenho original", explica Massimo Gentile, editor de Arte da Folha. "Essa é talvez a área mais difícil da ilustração", completa.O ganhador de cada categoria concorreu também ao grande prêmio, vencido por Guazzelli. O paulistano Sandro Castelli, 32, que já teve trabalhos publicados em revistas como "Superinteressante", venceu em ilustração científica. Na mesma categoria, ficou em segundo lugar o curitibano Leandro Lopes, 27.Na categoria com o maior número de concorrentes --ilustração livre, com 429 inscritos--, o vencedor foi o espanhol Pablo Amador, 26, que mora em São Paulo há cinco meses. O paulista no Julio Cesar Panisa, 26, foi o segundo colocado.Duas das cinco categorias pre miadas tiveram três pessoas com trabalhos selecionados: uma foi quadrinhos, com o austríaco Jan Limpens, 35 (vencedor), o paranaense Rômolo Dhipólito, 22 (segundo lugar) e o paulistano Tiago Judas, 27 (terceiro). A outra foi a de ilustração infantil, vencida por Guazzelli. Nela, o segundo lugar ficou com Paulo Terzi Ito, 28, e o terceiro com Leopoldo Tauffen bach, 29 --ambos de São Paulo."A área de ilustração infantil tem se desenvolvido muito, o que não tem acontecido com a charge e o cartum, por exemplo. O resultado do concurso reflete isso", avalia o ilustrador Orlando.Adams Teixeira de Carvalho, 26, paulista de Sorocaba, foi o vencedor da categoria retrato, com suas ilustrações de Woody Allen e Sartre. O gaúcho Odye Fernando Bernardi, 39, que também desenhou Sartre, além de músicos como Chet Baker, ficou em segundo lugar.QualidadePara chegar aos 12 finalistas, de onde saíram os cinco vencedores de cada categoria e o ganhador do grande prêmio, Orlando Pedroso e Massimo Gentile fizeram uma pré-seleção entre os inscritos."Tivemos que descartar trabalhos que não tinham uma característica mais profissional e também aqueles que tinham apenas uma proposta de trabalho, um único desenho", explica Gentile.O ilustrador Orlando afirma que muitos dos trabalhos eram repetitivos e não inovavam em termos de idéias e de traço. Orlando vê, no entanto, aspectos positivos na enorme quantidade de trabalhos enviados. "A maioria tinha uma tentativa de fazer algo autoral, e isso é muito bom."O editor da Ilustrada, Marcos Augusto Gonçalves, destacou a diversidade de linguagens utiliza das nas obras. "Vi alguns trabalhos excelentes; muitos deles poderiam ser utilizados por publicações de qualidade. Na área infantil, em especial, tivemos ilustrações muito boas. Achei interessante o fato de termos exemplos diversificados de linguagem, com gente que se entrega aos recursos da computação e autores que trabalham à mão", explica.Esta é a terceira vez que a Folha incentiva o trabalho de novos ta lentos. Em 1985, o jornal revelou o chargista Spacca e o quadrinista Fernando Gonsales. Em 1999, foi premiado o chargista Jean, que se tornou colaborador regular do jornal na página 2.O resultado está no endereço www.folha.com.br/061161. Além dos trabalhos dos 12 finalistas, todos os pré-selecionados terão suas obras divulgadas no site.

27 abril 2006

Todos os seus problemas estão resolvidos

Hoje, na aula:
- Professor, mas se forma é aquilo que se destaca do fundo e...
- Você não entendeu nada, Fulana. Eu já disse para vocês: forma é o único problema que vocês têm na vida. Marido, filhos...nada disso é problema. Forma é que é problema.


Simples assim. Alguma dúvida?

PS: Não fui eu que disse aquela barbaridade.

26 abril 2006

World Press Cartoon

Em vinte de abril, o Brasil destacou-se na festa de premiação dos cartunistas vencedores do 2º World Press Cartoon que ocorreu em Sintra, Portugal. Entre os premiados que tiveram como destaque maior Boligán, do México, apareceram também dois brasileiros na categoria de Caricaturas: Baptistão que levou o primeiro prêmio e Dálcio que ficou com a terceira colocação.
Veja abaixo os demais premiados:

Cartoon Editorial






Desenho de Humor






Caricatura







Grande prêmio: Boligán, México


















A festa de premiação será exibida neste sábado, às 17h no canal RTPI da TVA.

10 abril 2006

Arquitetura Brasileira leva mais um Pritzker

Fugindo da tendência de só premiar arquitetos norte-americanos e europeus, o Prêmio Pritzker deste ano homenageia o brasileiro Paulo Mendes da Rocha. Antes de Mendes da Rocha, apenas o brasileiro Niemeyer e o mexicano Barragán haviam representado a América Latina na premiação.
Se o juri do Pritzker continuar voltando sua atenção ao sul do Equador, talvez perceba que os grandes gênios da arquitetura de hoje estão em países em desenvolvimento e em economias emergentes na África, na Ásia e na América Latina.


Vejam o que na saiu na Folha de SP de hoje sobre a premiação:

Mendes da Rocha leva "Nobel da arquitetura"
Aos 77, arquiteto é o segundo brasileiro a receber o prêmio Pritzker, após Oscar Niemeyer, e se diz "emocionado".
Paulo Mendes da Rocha, 77, foi anunciado ontem como vencedor do Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura. Ele é o segundo brasileiro a receber o prêmio, depois de Oscar Niemeyer, em 1988.A premiação foi criada em 1979 pela família Pritzker de Chicago, proprietária da rede Hyatt de hotéis. A medalha será entregue a Mendes da Rocha em uma solenidade em Istambul (Turquia), marcada para 30 de maio. Além de uma medalha em bronze, o arquiteto receberá US$ 100 mil.Ontem, o júri do Pritzker divulgou um comunicado oficial sobre a escolha de Mendes da Rocha: "Seus materiais de concreto, sua assinatura e seus métodos de construção inteligentes e notavelmente diretos, criam prédios poderosos e expressivos, reconhecidos internacionalmente". Para os jurados, o trabalho do arquiteto sempre foi pautado por "senso de responsabilidade pelos habitantes de seus projetos, assim como pela sociedade como um todo". Ele foi também elogiado pela capacidade de utilizar habilmente espaços pequenos e orçamentos baixos.À Folha, o arquiteto se disse "surpreso" e afirmou que a escolha de seu nome reforça o reconhecimento da arquitetura brasileira internacionalmente."Estou emocionado e honrado. O Brasil está entre os poucos países que receberam o Pritzker duas vezes. É uma distinção interessante para nós como lugar de pesquisa e reflexão sobre o habitat humano. É um prêmio para todos os arquitetos brasileiros, principalmente para a visão da importância do país no âmbito do ensino. Nossa formação tem uma âncora muito consistente", afirmou Mendes da Rocha, que se formou em 1954 pela Universidade Mackenzie e passou a lecionar na Universidade de São Paulo em 1961.Oscar Niemeyer, 98, que recebeu a notícia por meio da Folha, afirmou que "o prêmio é muito justo". "Ele é muito competente, muito bom. Fico satisfeito em saber que recebeu o prêmio, porque realmente merece", afirmou.Natural de Vitória (ES), Mendes da Rocha tem entre suas obras o recém-inaugurado Museu da Língua Portuguesa (São Paulo), em parceria com o filho, Pedro. Na capital paulista, levam também a sua assinatura o ginásio do Clube Atlético Paulistano, Museu Brasileiro de Arquitetura, Centro Cultural da Fiesp, Museu Brasileiro da Escultura e a revitalização da Pinacoteca do Estado e da praça do Patriarca, entre outros.Dentre os arquitetos já premiados pelo Pritzker estão o norte-americano Frank O. Gehry e o português Álvaro Siza. (LAURA MATTOS)

Veja a relação completa dos laureados:
1979 Philip Johnson of the United States
1980 Luis Barragán of Mexico
1981 James Stirling of Great Britain
1982 Kevin Roche of the United States
1983 Ieoh Ming Pei of the United States
1984 Richard Meier of the United States
1985 Hans Hollein of Austria
1986 Gottfried Boehm of Germany
1987 Kenzo Tange of Japan
1988 Gordon Bunshaft of the United Statesand Oscar Niemeyer of Brazil
1989 Frank O. Gehry of the United States
1990 Aldo Rossi of Italy
1991 Robert Venturi of the United States
1992 Alvaro Siza of Portugal
1993 Fumihiko Maki of Japan
1994 Christian de Portzamparc of France
1995 Tadao Ando of Japan
1996 Rafael Moneo of Spain
1997 Sverre Fehn of Norway
1998 Renzo Piano of Italy
1999 Sir Norman Foster of the United Kingdom
2000 Rem Koolhaas of The Netherlands
2001 Jacques Herzog and Pierre de Meuron of Switzerland
2002 Glenn Murcutt of Australia
2003 Jørn Utzon of Denmark
2004 Zaha Hadid of the United Kingdom
2005 Thom Mayne of the United States.

Algumas obras de Paulo Mendes da Rocha:


06 abril 2006

Post Efêmero

Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.
Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também.
Tenho que escolher o que detesto - ou o sonho, que a minha inteligência odeia, ou a acção, que a minha sensibilidade repugna; ou a acção, para que não nasci, ou o sonho, para que ninguém nasceu.Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas, como hei--de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra.

Bernardo Soares

05 abril 2006

Clássicos pelas mãos de cartunistas

Penguin Books relança clássicos com capas elaboradas por alguns dos melhores artistas das HQs

Chris Ware
Frank Miller


Charles Burns
Jason


Roz Chast
Anders Nielsen



Seth
Yoshihiro Tatsumi


Art Spiegelman
Chester Brown


Asaf Hanuka e Tomer Hanuka

03 abril 2006

...

Não estou em condições de escrever grandes coisas, mas o Guimarães está. Vcs todos provavelmente já leram Grande Sertão: Veredas, mas eu nunca havia lido e, por isso, deixo a imagem que não me sai da cabeça, para reflexão.

"O amor? Pássaro que põe ovos de ferro"


Além disso, está rolando no Rio uma exposição bacana da Cristina Canale (e não Cláudia Cardinale como, por alguma razão, eu cismo em chamá-la). Dêem uma olhada: www.silviacintra.com.br

Aviso aos incautos: é pintura.

02 abril 2006

Sob o signo do desassossego

Já ensaio há alguns anos um plano. Dizer que vou ali, que já volto e sumir. Simplesmente me misturar à multidão e desaparecer. Já ensaiei isso várias vezes e, num determinado momento, estive mesmo pra executar este plano, mas algo me impediu. Não sei muito bem o que, mas foi muito forte e eu tive dar um passo atrás. Talvez enquanto minha mãezinha estiver viva, eu nunca consiga realizar este sonho. Há quem tire coelhos de cartolas, eu queria simplesmente me fazer sumir pra recomeçar tudo em Macau, Goa ou em algum lugar onde ninguém nunca tenha me visto. Não consigo entender muito bem a atração quase irresistível que tenho por esta idéia. Ela já me persegue há alguns anos e, diferente de outras idéias fixas que já tive, esta nunca me abandonou.
Da próxima vez que me encontrar, pense que talvez seja a última.