29 dezembro 2005

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS

Foi em algum filme do Wim Wenders que eu escutei que uma história se conta através do espaço entre os personagens.
Cinema, aspirinas e urubus está ganhando diversos prêmios e é o melhor filme dessa geração pernambucana exatamente porque seu diretor Marcelo Gomes sabe, como poucos, como usar esse espaço entre personalidades tão diferentes pra contar uma história sensível e complexa.
Eu disse complexa, mas poderia ter dito simples, porque esse é um daqueles casos contraditórios. O enredo é muito simples, poderia ser resumido em uma linha e estaria englobando toda a ação que ocorre em quase duas horas de projeção, mas estaria longe de dizer o que realmente acontece.
A trama, o conflito, a tensão são tratadas de maneira sutil e sugerida. Apesar das ações serem visíveis, as consequências de cada ato são internas e pessoais, a história surge na maneira como essas mudanças moldam o espaço entre os dois protagonistas.
Os primeiros minutos de andanças de Johann pelo agreste nordestino dos anos 40 são mero prólogo pra história que vai se desenvolver a partir do encontro deste alemão com o retirante Ranulpho.

2 comentários:

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